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Intervenção Precoce em bebês com Microcefalia: atuação do Terapeuta Ocupacional


É sabido que, em geral, a criança com microcefalia apresenta alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, ou seja, podem apresentar atrasos nas áreas: motora, sensorial, linguística, cognitiva, emocional e social, e, portanto, podem necessitar de auxílio nas suas ocupações cotidianas (AVD’s, AIVD’s, educação, brincar, entre outros).

Para tanto, os programas de estimulação precoce devem ter seu início no período que engloba desde a concepção até os três anos de idade. Esta é a fase em que ocorre o processo de maturação do sistema nervoso central e maior plasticidade neuronal, sendo assim considerada crítica para o desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e sensoriais.

No entanto, pensar na intervenção precoce é assumir a sua complexidade enquanto metodologia de intervenção, que se preocupa não apenas com as crianças mais vulneráveis, mas também com as suas famílias. É através da ajuda das equipes multidisciplinares que se procura dar uma resposta à medida de cada caso, de cada situação.

A estimulação precoce pode ser definida como um programa de acompanhamento e intervenção clínico-terapêutica multiprofissional e, que busca o melhor desenvolvimento possível, por meio da redução de sequelas do desenvolvimento neuropsicomotor, podendo contribuir, também, na estruturação do vínculo mãe/bebê e na compreensão e acolhimento familiar dessas crianças.

O papel do terapeuta ocupacional, é o de facilitar as ações da criança, através da compreensão da sua realidade externa e, levando em conta as atividades de seu interesse, que sejam importantes para o seu desenvolvimento.

As atividades utilizadas são realizadas através do brincar, ou seja, os brinquedos não são utilizados para compor a brincadeira, mas sim para estimular habilidades em que a criança apresente dificuldade. É por meio do brincar e das brincadeiras que a criança vai desenvolvendo todo seu repertório motor, sensorial, cognitivo, social e emocional, ou seja, brincando, ela tem a oportunidade de exercitar funções, experimentar desafios, investigar e conhecer o mundo de maneira natural e espontânea, expressando seus sentimentos e facilitando o desenvolvimento das relações com as outras pessoas. Portanto, são as necessidades e o contexto da criança que irão orientar o terapeuta ocupacional no seu processo de intervenção.


Artigos utilizados:

ELPÍDIO DE SÁ, F. ; CARDOSO,K. V. V. C.; JUCÁ, R. V. B. M. Microcefalia e Vírus Zika: do padrão epidemiológico à intervenção precoce. Rev. Fisioter. S Fun. Fortaleza; v.5, nº1, pág. 2-5, Jan-Jul. 2016.

ZEN, C. C.; OMAIRI, C. O Modelo Lúdico: Uma nova visão do Brincar para a

Terapia Ocupacional . Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos; v. 17, nº1, p. 43-51, Jan-Jun 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de Estimulação Precoce – crianças de 0 a 3 anos com Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor decorrente de Microcefalia. Brasília, 2016. 123 p.

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