Adaptação da Família a um integrante com Síndrome de Down
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Primeiramente, devemos entender que o nascimento de um filho constitui um grande acontecimento na vida de uma família, exigindo mudanças e reestruturação de papéis, especialmente dos pais, para o recebimento de um novo membro dentro do núcleo familiar.
Sendo assim, a Psicologia compreende a família como o primeiro grupo no qual o indivíduo é inserido, ou seja, seu grau de importância é tão grande, que podemos considerar a família como a força social que influencia na determinação do comportamento humano e na formação da personalidade.
Dessa forma, o nascimento de uma criança com Síndrome de Down irá exigir um processo de adaptação muito maior por parte da família, pois esta criança apresenta atraso em seu desenvolvimento e limitações em suas aquisições. Sendo assim, cada momento familiar com essa criança, terá suas particularidades, o que pode exercer impacto sobre a família.
Com isso, o nascimento da criança com Síndrome de Down traz consigo dúvidas, incertezas e inseguranças, tanto em relação à saúde da criança como sobre o seu potencial de desenvolvimento. Além disso, a adaptação de como conviver com as dificuldades impostas pela Síndrome de Down é um processo lento e difícil, mas que pode ser conquistado pela família, especialmente pela mãe, que assume o papel de cuidadora direta do filho.
Para isso, é muito importante que as mães não recebam a notícia da síndrome no bebê sem a presença de um acompanhante da família, pois essa notícia pode causar grande impacto, com consequentes sentimentos de negação, culpa e medo. Devemos compreender que esses sentimentos são muito naturais, pois estamos falando de um bebê idealizado pelos pais, no qual a síndrome rompe com a idealização e traz para a realidade, um bebê que, muitas vezes, passa a ser indesejado.
A presença de um suporte para a mãe na hora do diagnóstico é muito importante, entretanto, não existe uma maneira concreta de amenizar o impacto, pois a adaptação do filho idealizado para o real é um processo que demanda tempo e pode ser vivenciado de maneira conflituosa.
Nestes casos as famílias necessitam de suporte psicológico e social, para que consigam lidar com o filho da melhor forma possível. É preciso propor estratégias que auxiliem e dê suporte às famílias e a pessoa com Síndrome de Down, melhorando o processo adaptativo de tais famílias e auxiliando, também, outros profissionais que lidam com este público.
O relacionamento e a aceitação familiar da criança com SD possibilita a estimulação das potencialidades deste individuo além da promoção de um ambiente acolhedor, objetivando o desenvolvimento saudável da relação.
A Psicologia pode auxiliar no desenvolvimento da pessoa com SD, tendo como objetivos, estratégias que promovam o desenvolvimento do indivíduo. Contudo, as famílias que não conhecem a SD ficam mais apreensivas e podem supor complicações ilusórias, dessa forma, uma intervenção explicativa, bem como a troca de experiências com profissionais e outras famílias que já passaram ou ainda passam por essa experiência, podem tranquilizar os pais.
A intervenção psicológica, também, pode ser realizada logo após a descoberta da síndrome, até a idade adulta do indivíduo com SD, buscando desenvolver e facilitar a aceitação dos pais, assim como o fortalecimento de vínculos.
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Para que essa aceitação seja efetivada, é importante que os pais que possuam filhos com SD se comuniquem e exprimam suas dificuldades e conquistas, para que, essa troca de informações e orientações proporcione crescimento e fortalecimento de vínculos entre as famílias e as crianças.
No contexto de intervenção multiprofissional (Médicos, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Terapeuta Ocupacional e Psicólogos) junto às pessoas com SD, demonstram que o diálogo entre os profissionais de diversas áreas, assim como a família e a criança, pode trabalhar, de maneira mais completa, a individualidade de cada criança, assim como planejar treinos de habilidades, uma vez que cada profissional percebe as particularidades e necessidades referentes à sua área.
Os profissionais podem elaborar juntos, estratégias em torno de tarefas motoras, perceptuais e cognitivas, para que a estimulação da criança seja ampla e mais completa possível. Dessa forma, ampliando as possibilidades de desenvolvimento da criança, criando condições favoráveis para várias formas de expressão e aprendizagem.
Sendo assim, é relevante um esclarecimento acerca da Síndrome de Down não só para as famílias da pessoa com a síndrome, mas para a sociedade em geral, uma vez que auxilia no processo de adaptação e na promoção da qualidade de vida.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOLLY, D. S. G.; RODRIGUES, M. do R. de F. O fazer do psicólogo e a síndrome de Down: uma revisão de literatura. Psicol. educ. [online]. 2010, n.30, pp. 09-23